terça-feira, 5 de janeiro de 2010

CRÍTICA AOS "CRÍTICOS"

"De certa forma, o trabalho de um crítico é fácil. Nos arriscamos pouco e temos o prazer de avaliar, com superioridade, os que nos submetem seu trabalho e reputação. Ganhamos fama com críticas negativas que são divertidas de ler e escrever. Mas a dura realidade que nós críticos devemos encarar é que, no quadro geral, a mais simples porcaria seja mais significativa do que a nossa crítica. Mas há vezes em que um crítico realmente arrisca alguma coisa, como quando descobre e defende alguma novidade, algo realmente novo. O mundo costuma ser hostil aos novos talentos, as novas criações. O novo precisa ser incentivado [...]" (Anton ego - Ratatouille, Walt Disney Pictures - Pixar Animation Studios)
Resolvi começar com esse sábio trecho de Anton Ego porque eu, Sarah Reis, tomei uma decisão: defenderei O NOVO do mundo hostil aos novos talentos do qual ele se refere.
Li recentemente no blog de Renato Meneses uma crítica ao novato verador Leonardo Barata, onde um corrosivo "crítico" que nunca vi frequentar as sessões da câmara municipal reclama da falta de incentivo à cultura de nossa cidade. Pessoalmente não conheço Leonardo, mas frequento as reuniões da câmara e vejo os projetos, ementas e debates que ele faz pela valorização da cultura nessa cidade.Contudo uma andorinha só não faz verão. Então ele ajuda da forma que pode, o que é louvável, mesmo sendo "velha estratégia" o patrocínio. Mas o nosso "crítico" não poderia saber dos esforços do rapaz que se meteu no covil de velhas raposas. Nosso "corrosivo" faz o que é acostumado fazer: "malha" sem bagagem para "malhar".
Provarei a vocês, meus leitores, que digo a verdade.
Nessa mesma postagem, entre reclamações e farpas atiradas em um trecho tinha "[...] Leonardo Barata que patrocinou os espetáculos Improvisando e Maria, Simplesmente Maria que foi sucesso de público mas não de crítica". É...! Essa peça Maria, Simplesmente Maria é um espinho atravessado na garganta de quem não conseguiu o que o Grupo Teatral (EAVA) Fênix conseguiu: PÚBLICO E RECONHECIMENTO. O espetáculo Improvisando foi sucesso do que mesmo? Não li isso na crítica dele. Ah! Mas o espetáculo Improvisando é realizando pelos "amiguinhos" de nosso crítico. Taí nossa resposta leitores.
É claro que "Maria, Simplesmente Maria" não teve sucesso de crítica. Quem são os "críticos"? Um grupinho de amigos que se intitulam intelectuais e críticos de teatro, mas que NÃO estão gabaritados para tanto (provarei essa afirmação a seguir). Onde está a rítica de VERDADEIROS entendendores de teatro como o teatrólogo Elizeu Arruda, Íris Mendes e talvez do professor Michael Algarves?
A primeira lição, caros leitores, é que um crítico deve ser imparcial, deve entender do que critica, é investigar, questionar e só depois formular seu texto para expor ao público que é misto.
Questiono primeiro uma coluna que li na Folha do Leste, do "não crítico de teatro", que se intitulava "AS MARIAS DE PADILHA" que mostrava a opinião desse "não crítico" atuando como crítico sobre o espetáculo apresentado nos dias 17 e 31 de outubro de 2009 . Provo a vocês que o rapaz não tinha bagagem para tal crítica. Esse título levava a uma reclamação de que a atriz principal do espetáculo, Erika Almeida (como Maria Padilha) teve mais destaque do que as demais atrizes (as outras Marias). (Risos)...Ora, Maria Padilha era a PROTAGONISTA. Como verdadeira crítica, ao final do espetáculo, eu procurei a escritora da peça tão polêmica "Maria, Simplesmente Maria", a também polêmica e revolucionária Erika A. V. de Almeida e questionei sobre o espetáculo, pedi o roteiro e LI. Ficou claro, da mesma forma que uma novela ou filme, onde há vários atores principais, que há um só protagonista e ele se destaca porque é o centro da trama. O rapaz não entendeu, brincou de crítico, escreveu besteira e, para quem entende verdadeiramente, passou por leigo. Se tivesse feito direito o seu trabalho não teria passado vergonha.
Soube ainda, quando entrevistei a diretora, que algumas Marias, por ser A PRIMEIRA VEZ a pisar no palco, esqueceram falas, se perderam diante do nervosismo. Normal para uma iniciante. Diante disso a Maria Padilha teve que intervir com falas que não existiam no roteiro (O famoso improviso) e assim tomar a frente de algumas cenas. Mas isso o nosso "não crítico" não poderia saber porque ele, como os demais, se interessou apenas em "falar mal", pois nossos "críticos" entendem, erroneamente, que ser crítico é falar mal. Se for assim minha vizinha é a maior crítica de Caxias. Fala mal de todo mundo, menos de seus filhos. Faço então, de um velho bordão, minhas palavras aos que entem crítica dessa forma: Ô coitados!
DESMONTANDO A MÁ CRÍTICA:
Depois disso atiçou-me a curiosidade de ler a tal Caustica e ver o que ela tinha a me oferecer sobre a crítica de "Maria, Simplesmente Maria".
1. O nosso "crítico" disse que o espetáculo não teve linearidade. Falta ele estudar, fazer o curso de letras ou qualquer outro nesse ramo para entender o que "linearidade" significa. Claro que teve linearidade. E se não tivesse? Isso não comprometeu o espetáculo. Machado de Assis não tinha linearidade em muitas de suas obras e nem por isso deixou de ser brilhante. Agora, meu amigos leitores, vocês querem saber por que nosso "crítico" disse que o espetáculo não teve a tal linearidade? Porque NÃO PRESTOU ATENÇÃO NA PEÇA. Para ele, Maria Padilha largou Joaquim na Espanha, chegou no Brasil tudo no mesmo dia e ainda vestida de noiva. (Gargalhadas). Ele não ouvia a protagonista dizer em bom tom "Minha história não começa aqui, começa na Espanha" ou "Meu pai trabalhava em Madri" e Joaquim que bradava à noiva Maria Padilha "Vim para o Brasil muito novo (...) Esforcei-me nesse País". Nossa, querido "crítico", PARA CRITICAR PRECISA PRESTAR ATENÇÃO. E agora, meus amigos, como confiar em um "crítico" que nem sequer presta atenção no que vai criticar? Qual credibilidade tem essa crítica?
2. Ele disse que o espetáculo era, de grossa maneira, ruim, "mas que o público riu muito". Era ruim, mas o público riu. Então é porque gostou. Fiquei confusa. O espetáculo foi ruim mas segurou um público de 500 pessoas por QUATRO HORAS num auditório quente e abafado. Como pode ter sido ruim? Eu sai no final e o povo ainda estava lá, ouvindo as considerações finais da autora. Isso mostra o quanto esse rapaz foi tendencioso. O público gostou, isso é lógico. Boa parte voltou no dia 31, um dia cheio de festas e eventos. Qual é a função de um espetáculo? Agradar a quem? A três "críticos" ou a maior parte da platéia? Nem Cristo foi 100% amado. Como eles explicam tanta gente no primeiro e segundo dias? Eles podem argumentar: "AH! Tem gente que gosta de coisa ruim." Com certeza tem. E que crítico é esse que não aceita a individualidade de cada um? Tem gente de gosto ruim. Acho que ser gótico é um péssimo gosto. Usar drogas então ou fumar seja cigarro ou outra coisa, para mim é péssimo. E daí? Vou esculachar os góticos, seu gosto, sua música, seus hábitos porque essa não é minha tendência?
SER IMPARCIAL É A ALMA DE UM VERDADEIRO CRÍTICO.
Criticaram, nesse espetáculo Maria, Simplesmente Maria, crianças e adolescentes iniciantes, muitos nunca tinham assistido uma peça, muitos subiram ao palco pela primeira vez, como atores profissionais. O espetáculo do EAVA Fênix fez a mim e ao público rir, chorar. Falo de boa parte da platéia. Eu estava lá atrás e me emocionei. Vi uma atriz brilhante produzindo lágrimas de verdade, o que nunca tinha visto aqui. Atriz que ia da fúria ao sarcasmo brilhantemente. Isso foi comentado nessa tal crítica? Não! Porque interessa é "esculachar".
3. Foi falado da dicção. Ok! Concordo. Alguns falharam. Não todos. Atores iniciantes...têm que melhorar isso. Ah! Lembro de uma homenagem ao grande poeta Gonçalves Dias, na praça Gonçalves Dias onde dois...atores?...recitadores?...perdão, não sei encaixá-los, recitavam a poesia de Gonçalves Dias. Queridos, ambos de preto e branco. A dicção do rapaz era tão ruim quanto de alguns atores lá do espetáculo do Grupo Teatral EAVA Fênix, e esse casal transformou a bela poesia de Gonçalves Dias numa entediante apresentação. Tanto que, sendo um espetáculo gratuito, não conseguiram prender a atenção do pouco público presente. Porém os "atores" não souberam que foi ruim, afinal, os "críticos" da cidade eram somente eles. Vocês "críticos" estavam jogando esse jogo(pleonasmo) sozinhos. Então era fácil. Agora tem Sarah Reis para realizar essas críticas culturais. Vamos ver como os "críticos" se sentem do outro lado da crítica. Ah, mas não se preocupe, serei imparcial, mas que foram ruim, foram: um de costas para o outro, falando baixo e complicado que eu, sentada na segunda fileira de cadeiras, tive dificuldades em entender e esse rapaz ainda quer criticar quem tinha que se esguelar para ser ouvido em um auditório enorme e sem acústica como o do Centro de Cultura? Faça-me o favor!
Não se preocupem, leitores. Não serei a crítica que só fala bem de quem me adula ou se faz de meu amigo. Para mim essa política é uma espécie de corrupção, a meu ver. Isso é pequeno demais. E eles que são tão justos e intelectuais.
Tomei a defesa do espetáculo "Maria, Simplesmente Maria" porque foi a proposta mais interessante que vi aqui nessa cidade. As demais apresentações são cópias mal-feitas de espetáculos tirados da internet, ou obras batidas e já cansadas como "Antígona" que está tão antiga, "Morte e Vida Severina", ou aquele exercício de teatro que é o "Improvisando", onde há atores que estão "gagás" em cursos de teatro e ainda não são bons atores, já que tomamos por base o polêmico EAVA Fênix. Sinto muito, mas é verdade. Estou mordaz porque um "semancol" também é bom.
Vi a coragem de adolescente tentando falar em outra língua. É difícil, por isso é ousado. Isso, para mim é ousado. Misturar teatro, dança...nossa! O tango do trio, o sedutor tango de Padilha e Juan...pode até não ter encaixado no tempo em que a peça relatava, mas LEVANTOU A GALERA. O público gritava, aplaudia, foi seduzido por aquela magia de teatro e tango. LINDO! Foi diferente. Foi inovador. Contudo mereceu um espanto e indignação de nossos "críticos" amadores. Assisti, depois disso, o filme "Moulin Rouge - amor em vermelho" que foi sucesso. Nesse filme, cuja a época era a mesma de "Maria, Simplesmente Maria", havia coreografias, músicas modernas e, nossa...um tango! O que críticar nas coreografias de "Maria, Simplesmente Maria" depois disso? Nossos "Críticos" poderiam dizer: "Ah, mas eu não assisti esse filme, não gosto desse gênero de filme". Para ser crítico de verdade tem que se ler tudo, assistir tudo, entender de tudo ou desistir de ser crítico cultural. Vocês concordam comigo,leitores?
4. Também foi criticado o fato de crianças estarem no "bordel". Bem, um pouco de pesquisa dos críticos resolveria isso. Onde vocês acham que os filhos das "mulheres damas" viviam? Foi dessa vivência das crianças, filhas das meretrizes, dentro dos bordéis que surgiu a famosa expressão FILHO DA PUTA. Mário Padilha mostrou o bumbum. Oh! Que escândalo! Que senso de moral! Oh! Oh! Oh! Que hipocrisia. A televisão em horário comercial mostra nudez adulta. O que é aquele bumbum branquinho no meio de peito siliconados? A galera vibrou. Foi inusitado. Ri a beça. Quem assistiu gostou. Estudo resolve, caro crítico.
5. Homossexuais na peça também era desnecessário. Sempre se soube que os coreógrafos de cabarés eram gays, bem como muitos frequentadores. Tem gay em tudo quanto é filme, novela, desenho. Que falso moralismo! Talvez agradasse mais a alguns se Erika Almeida colocasse um casal, escondidinho na última mesa, fumando uma "ervinha".
6. Havia palavrões, como nos filmes. A censura era de 12 anos. Os críticos leram isso? Eu li. Ah! Mas eu procuro fazer bem meu trabalho.
7. Houve falhas no espetáculo do EAVA Fênix? Houve! Grupo amador. Crianças e adolescentes e só 03 adultos. Espetáculo de quatro horas . Muitos elementos. Claro que houve falhas. E muitos acertos. Mas repito que foi a melhor proposta de Caxias. Algo de diferente. Texto diferente. TRAGICOMÉDIA SIM! Romances, novelas, filmes...OS GÊNEROS SE MISTURAM A TEMPOS, só os "críticos" DESINFORMADOS não sabem disso. Ou sabem e só quiseram dar vazão ao que pareceu ciúmes explícito? Para vocês não pareceu também? Muita gente me disse isso com relação à crítica da Caustica.
Perguntem-me: e você? Pode ser crítica de teatro? Estou estudando teatro para isso. Já fiz o curso de letras, especialização em literatura, e entendo sobre linearidade, gêneros literários, atuação, roteiro, texto teatral específico e mais. No entanto não direi que sou crítica e entendida. Estou aprendendo a ser crítica.
Poderia falar mais. Defender o que para mim é uma nova ideia. Mas era preciso mostrar para Caxias que nem todo mundo que quer pode ser. Não se abalem, jovens atores, por críticas infundadas, facilmente desmontadas, afirmadas gratuitamente por quem não tem, como disseram, não tem cacife para criticar.
Corrijam os erros, EAVA FÊNIX, invista no cenário, organize o figurino do Mata-Sete, Dadá, dos sequestradores da índia. Ensaiem e, representem bem nossa cidade aí afora. Vocês estão abrindo portas, gavando espaço. Quando a "dor de cotovelo" passar, eles agradeceram o EAVA FÊNIX por isso.
Se eles soubessem o que pode vir de bom com essa iniciativa de vocês, eles incentivariam, como eu.
Aos demais me anuncio. Chegou Sarah Reis. Tenho GABARITO e FORMAÇÃO para fazer críticas culturais pois tenho credenciais para tanto. Mostrem-me as suas.
Voltarei em breve. Menos corrosiva, talvez. Me aguardem.